Todos Temos Direito de Voz

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Em 1988, a Constituição Federal do Brasil passou a definir saúde como um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (Artigos 196 e 198).
   Sendo assim, é interessante que estudantes, comunidade e líderes comunitários, gestores, trabalhadores, professores, representantes sindicais e todos os envolvidos direta e indiretamente no processo democrático sejam estimulados a pensar a saúde como um conceito dotado de diversas vertentes que não só a ausência de doença, pois o conceito de saúde é ditado pela realidade do povo, sendo assim estão impregnados nele as emoções, as relações sociais, fatores econômicos e educacionais, históricos, familiares, políticos e também de acesso à saúde.
   Não se pode pensar a saúde sem a participação social, sem o envolvimento dos indivíduos que ao expressarem suas necessidades de segurança, educação, alimentação, cultura, acabam por trazerem à tona suas aspirações e contribuem para a constante modificação deste conceito, fazendo valer a democratização e ajudando a construir novos caminhos.
   Muitas vezes nos perguntamos onde e como podemos nos fazer ouvir. Um dos instrumentos legítimos colocados à disposição da população são as ouvidorias, e devemos lançar mão desse valioso recurso. Mas muitos desconhecem o seu significado. Ouvidoria é um canal de comunicação. As secretarias estaduais e municipais de saúde possuem esse serviço onde a população pode sugerir, reclamar, denunciar, reivindicar e porque não elogiar, colaborando efetivamente como cidadãos, seja por telefone, internet ou mesmo pessoalmente. Porém, a ouvidoria deve ser um canal não burocratizado, fácil, ágil, democrático, ético e imparcial.
   Cabe aqui resgatar o significado da palavra ouvir, que é muito diferente de escutar. Escutar está ligado ao sentido da audição, e ouvir é escutar criticamente, entendendo, elaborando e principalmente percebendo a ação. Temos que nos fazer ouvir! A ouvidoria introduz a nossa voz, a voz do usuário, no sistema de saúde. E nós usuários temos esse poder de fazer com que as ações que nos beneficiem passem da teoria para a prática e seja real, basta que tenhamos conhecimento de como faze-lo e principalmente que o façamos. Quanto a mim, na incansável, apaixonada, punjante e porque não dizer utópica vontade de colaborar insisto: manifestemo-nos!
   Fonte RDNEWS - Jackelyne Pontes é cirurgiã-dentista, filiada ao Sinodonto-MT (Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso) e escreve exclusivamente para este blog todo domingo - jackelynepontes@gmail.com

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